As dificuldades encontradas pelas mulheres no mercado de trabalho.

 Desde sempre a mulher tem enfrentado diversos obstáculos para ingressar no mundo do trabalho, lidando com situações como salários desiguais, o assédio e a jornada de trabalho com cargas horárias muita das vezes maiores do que a dos homens, além da ocupação mínima em cargos de liderança. Essa misoginia, faz a mulher ter um papel social de subordinação e submissão ao gênero masculino, esse sistema patriarcal coloca os homens cis heterossexuais sempre por cima, sendo alvos de perfis de contratação, enquanto as mulheres sempre são desprezadas e alvos de críticas constantes tendo suas capacidades trabalhistas diminuídas, por mais que sejam as mesmas do sexo oposto.


Hoje, com o passar do tempo possuímos brasileiras em grandes cargos, mulheres muito bem sucedidas que conquistaram seus espaços através de muita luta, em destaque temos Luiza Trajano, ela é uma empresária, dona das lojas Magazine Luiza e do Grupo Mulheres do Brasil. Porém, infelizmente o fato de termos esses orgulhos e referências em áreas tão gigantescas, isso não isenta o fato do preconceito com as mulheres ainda existir no mundo do trabalho, a desigualdade de gênero é enorme e perceptível quando olhamos para a nossa realidade, um claro exemplo é no futebol, Neymar Jr. ganha por gol o que a Marta ganha por ano, sendo uma das melhores jogadoras de futebol da história e também temos ramos como o da tecnologia, exército, política e engenharia por exemplo, são espaços onde a implantação do feminino até pouco tempo atrás nem existia, atualmente, vem ganhando força, porém, ainda é mínimo comparado a quantidade de homens nessas áreas.

 O julgamento e a padronização existem desde o ventre de suas mães e quando falamos de trabalho, esse preconceito começa no momento da entrega de currículos ou de uma entrevista, na maneira como a mulher se porta, como se veste, fala, se está maquiada e até mesmo se está depilada, pois é, é tão inadmissível quererem moldar as mulheres dessa forma, se acharem no direito de mandar ou de possuir o corpo feminino. Existem pesquisas que dizem que 52% de mulheres grávidas ou que retornam da licença-maternidade possuem algum tipo de constrangimento no trabalho, como caso de mulheres que possuem um emprego recente e acabam engravidando, isso para muitos patrões é um jogo sujo ou que a mulher deveria ter se guardado, acham que a gravidez é algo que vai invalidar essa mulher, é algo que vai atrasar tanto a vida dela quanto o decorrer da empresa. No passado tivemos diversos casos de mulheres que foram demitidas assim que descobriram sua gravidez, hoje isso não é possível, pois de acordo com nossas leis que impede gestantes de serem desligadas de empresas sem justa causa, mulheres grávidas podem finalmente contar com estabilidade financeira e continuar trabalhando na mesma empresa.

 Situações como essas só se agravam ainda mais quando falamos de corpos femininos negros, das críticas sobre o seu cabelo crespo, de acharem que sua aparência, sua cor, seus costumes e crenças são alvos de depreciação, que ao contratar uma mulher negra terá seu rendimento negativo, que as pessoas não irão entrar no seu estabelecimento e isso não é verdade, isso é o mais puro preconceito por parte das pessoas e empresas, são pensamentos retrógrados, que vieram de um passado histórico devastador, onde esses mesmo corpos eram alvos de exploração e do extremo desrespeito e sem contar sua associação com o mundo crime, que é algo desagradável e ofensivo. E ainda temos outra área sensível, não menos importante, que é severamente atacada, que são os casos de mulheres trans, pessoas que são repudiadas a qualquer modo, taxadas de doentes e desprezadas completamente pelo mundo do trabalho formal, onde seu corpo e identidade não são bem-vindas e por conta disso muitas são marginalizadas, inseridas no mundo da prostituição e do crime pela própria sociedade. No Brasil, temos cerca de 90% da população transgênera e travesti nas ruas, tendo como principal fonte de renda, a exploração sexual.

 As organizações que deviam ser as primeiras a conscientizar, a contratar, a quebrar esses “tabus” sociais, a entender e levar o conhecimento de que o gênero, a cor e até mesmo a orientação, não deve invalidar ninguém de ocupar um cargo empresarial. Fazendo assim ela ganha mais espaço também, pois além de dar empregos e espaços para pessoas minorizadas, ela acabará sendo alvo de referência, muitos irão se identificar com a marca/empresa e também ela poderá ter a chance de dar voz a essas lutas e de ser um canal para aquelas pessoas que ainda vivem nesse preconceito, mas que consumem seus serviços e produtos, é uma forma de ajudar a interromper todo esse preconceito. 

 Essa luta, como bem se sabe não é de hoje, as dificuldades encontradas pelas mulheres no mercado de trabalho vêm de longa data, sabemos que por muito tempo as mulheres praticavam atividades totalmente voltadas ao lar e por isso, muitas delas dependiam do marido e focavam apenas em casa, cuidando dos seus filhos e hoje essas frases: “Ah, mais trabalho não é para mulher!”, “Seu lugar é em casa, lavando, passando e cuidando dos filhos!”, “O homem que é o provedor da casa!”, é algo predominantemente machista e preconceituoso e alguma atitudes mais drásticas, podem até dar cadeia. Atualmente, graças ao feminismo que luta pela igualdade da mulher na sociedade, muitas mulheres se sustentam, estão inseridas no mercado de trabalho e estão qualificadas e prontas para conquistar suas metas e alcançar o seu sucesso.


Autores: Ademilson Vieira, Anderson Silva, Isis Santos e Maria Eduarda Diniz


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