HIV e o Preconceito

O HIV

O significado de HIV é Vírus da Imunodeficiência Humana, e ele pode levar à síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Ao contrário de outros vírus, o corpo humano não consegue se livrar do HIV. Isso significa que uma vez que você contrai o HIV, você viverá com o vírus para sempre.A infecção com o HIV não tem cura, mas tem tratamento e pode evitar que a pessoa chegue ao estágio mais avançado de presença do vírus no organismo, a AIDS.
O vírus HIV é caracterizado pelo longo período de incubação, isto é, desde a contaminação até o aparecimento dos sintomas da AIDS, pode-se levar de 3 a 10 anos.

Contato do Vírus com o Organismo

O vírus HIV se caracteriza pela:
- Infecção das células sanguíneas,
- Infecção do sistema nervoso,
- Supressão do sistema imunológico.

O HIV mais atinge os linfócitos T CD4+ que são responsáveis pela defesa
do organismo, fazendo com que a pessoa fique mais vulnerável a qualquer
infecção e outras doenças que se oportunizarão com a baixa imunidade para se manifestar. O HIV altera o DNA dos linfócitos, fazendo cópias de si mesmo para que a infecção vá se alastrando pelo organismo do paciente.
O Vírus entra no organismo através do contato direto do vírus presente no material contaminado com mucosas ou portas de entrada na pele.

Como evitar o Vírus HIV?

Prevenção no contato sexual:

A camisinha ou preservativo continua sendo o método mais eficaz para prevenir muitas doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids, a sífilis, a gonorreia e alguns tipos de hepatites em qualquer tipo de relação sexual (anal, oral ou vaginal), seja homem com mulher, homem com homem ou mulher com mulher.
O preservativo masculino é o modelo mais conhecido e mais usado, mas mulheres também têm a opção de utilizar a camisinha feminina. A camisinha deve ser usada do começo até o fim de qualquer relação sexual e nunca ser reutilizada mais de uma vez.


Prevenção na utilização de materiais perfuro-cortantes:

O vírus HIV também é transmitido através de materiais e instrumentos cortantes e perfurantes que tenham contato direto com o sangue. Desta forma, não é recomendável compartilhar o uso desses objetos e se deve optar pelo uso de objetos descartáveis. Se os instrumentos não forem descartáveis, como lâmina de depilação, navalhas e alicates de unha, é recomendável que se faça uma esterilização simples (fervendo, passando álcool ou água sanitária).


Prevenção no uso de drogas injetáveis:

O uso de drogas injetáveis e o compartilhamento de seringas é uma das principais formas de transmissão do vírus HIV. Durante o contato do sangue soropositivo, a seringa é contaminada e a reutilização dela por terceiros é também uma forma de contagio do vírus.


PrEP e PEP

A PEP (Profilaxia Pós-Exposição) é o uso de medicamentos antiretrovirais por pessoas após terem tido um possível contato com o vírus HIV em situações como: violência sexual; relação sexual desprotegida ou acidente ocupacional (com instrumentos perfuro cortantes ou em contato direto com material biológico). Para funcionar, a PEP deve ser iniciada logo após a exposição de risco, em até 72 horas; e deve ser tomada por 28 dias. Você deve procurar imediatamente um serviço de saúde que realize atendimento É importante observar que a PEP não serve como substituta à camisinha.

Já a PrEP – Profilaxia Pré-Exposição ao HIV – é o uso preventivo de medicamentos antes da exposição ao vírus do HIV, reduzindo a probabilidade da pessoa se infectar com vírus. A PrEP, deve ser utilizada se você acha que pode ter alto risco para adquirir o HIV.
A PrEP não é para todos e também não é uma profilaxia de emergência, como é a PEP.

Tratamento:

O tratamento da AIDS é feito com medicamentos antirretrovirais. Esses medicamentos combatem os vírus e fortalecem o sistema imune do ser humano, porém não são capazes de eliminar o vírus do organismo. Dessa forma, ainda não podemos dizer que é possível a cura da AIDS.
Apesar disso, é importante prosseguir o tratamento da HIV para diminuir a carga viral, aumentando o tempo e a qualidade de vida da pessoa, e também diminuindo os riscos de desenvolver as doenças relacionadas a AIDS como a Tuberculose e a Pneumonia.

Como é feito?

O tratamento é feito com o uso de medicamentos antirretrovirais oferecidos pelo SUS, que são capazes de impedir as multiplicações do vírus HIV e, assim, evitar o enfraquecimento do corpo humano. Quando o tratamento é feito de forma correta, há melhoria de qualidade de vida do paciente e diminuição da chance de desenvolver algumas doenças que podem ser relacionadas à AIDS, como: tuberculose, doenças de pele e problemas no coração.

 O SUS disponibiliza o teste de HIV gratuitamente para que a carga viral seja monitorada periodicamente, assim pode ser verificado se o paciente está correspondendo bem ao tratamento. É recomendado que o teste de HIV seja realizado pelo menos em 3 vezes ao ano, pois assim é possível ajustar o tratamento, caso haja necessidade, evitando possíveis complicações.

Os medicamentos normalmente indicados no tratamento são Lamivudina, Tenofovir, Efavirenz, Didanosina, Zalcitabina, Nevirapina, Enfuvirtida e Raltegravir.

Como o vírus age no organismo e como os remédios atuam:

Quando o vírus entra na corrente sanguínea, ele busca preferencialmente as células do sistema imunológico T CD4+, que são as principais responsáveis pela defesa do nosso organismo contra infecções.

O DNA do vírus se mistura ao DNA da célula, fazendo com que ela passa produzir as proteínas do HIV, inicialmente em forma de grandes moléculas. A célula humana hospedeira do HIV começa a produzir centenas de vírus, que saem para células. Com o aumento progressivo da produção de HIV, esta célula morre, e quanto maior o número de células de defesa mortas maior o comprometimento do sistema imunológico humano.

Infecção Aguda pelo HIV

A infecção aguda pelo vírus HIV, também conhecida como Síndrome Retroviral Aguda, é um quadro que se assemelha com à gripe comum. Ela surge normalmente de duas a quatro semanas após a contaminação, mas nem todos os pacientes recém-infectados apresentam esta fase e muito dos que apresentam mostram um quadro com sintomas semelhantes a uma das várias viroses respiratórias comuns ao ser humano.

Nos dias imediatamente posteriores ao contato com o vírus da imunodeficiência humana, a multiplicação do HIV é extremamente rápida e o vírus atua se autocopiando, isso causa uma alta quantidade de HIV no sangue do paciente (essa quantidade é chamada de carga viral).

Sintomas de infecção aguda pelo HIV:

A infecção aguda pelo HIV pode ou não ser acompanhada por sintomas. Aproximadamente metade das pessoas infectadas com HIV desenvolvem sintomas logo após a infecção. Os sintomas são febre, fadiga, inchaço dos gânglios linfáticos, dor de garganta, perda de peso, dores musculares, náuseas, diarreia, dor de cabeça. Tais sintomas também são apresentados em gripes, infecções da garganta e etc.

Carga Viral Indetectável

Estudos apontam que com os tratamentos atuais a base de antirretrovirais, cada vez mais pessoas com HIV estão conseguindo reduzir a carga viral no sangue para níveis indetectáveis por testes laboratoriais.

Um dos maiores especialistas no estudo contra o HIV no brasil, o professor da Faculdade de Medicina da USP Esper Kallas afirma que, quando a carga viral se torna indetectável, a pessoa não transmitirá o HIV nas relações sexuais, mesmo dispensando o uso de camisinha. Um dos principais estudos que apontaram nesta direção foi conduzido pela universidade inglesa College Londo.

"Foi feito um acompanhamento em 14 países europeus com 1.166 casais, onde havia um positivo para HIV e outro negativo. Ao longo do período estudado, eles estimaram que foram feitas 58 mil relações sexuais sem preservativo e foram constatadas zero infecções. Isso trouxe o conceito de tratamento como prevenção. Então, aquela ideia de tratar todos aqueles que vivem com HIV não traz apenas benefícios pessoais. Traz benefícios comunitários e epidemiológicos, na medida em que estas pessoas deixam de transmitir o vírus. Isso, a longo prazo, contribui para a redução da epidemia e também ajuda na diminuição do preconceito em relação a essas pessoas"

Atualmente, já é um consenso entre os cientistas que a carga viral negativa no sangue torna o paciente incapaz de transmitir o vírus através de relações sexuais. Por outro lado, não se pode descuidar, mesmo que com a capacidade de uma boa vida e a não transmissão do vírus, o soropositivo precisa de tratamento vitalício, ou seja, por toda sua vida após a contaminação. O ideal continua sendo prevenir a doença usando preservativos e instrumentos não contaminados.

É recomendável que a pessoa com carga viral indetectável faça exames periodicamente. E embora ela não transmita o vírus, pode contrair outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), o que deve ser levado em conta quando se vai optar por usar preservativo ou não

O Preconceito:

A ignorância e o preconceito nomearam o HIV como “câncer gay” ou “peste gay” fazendo parecer que a doença afeta somente homossexuais.

A falta de informação e conhecimento sobre a doença fazem com que muitas pessoas soropositivas entrem em depressão ou se isolem da vida em sociedade, e isso é um dos maiores problemas, pois essas mesmas tem receio de contar que são portadores do vírus por medo do preconceito que podem sofrer.

O medo da discriminação pela própria família ou pelo parceiro conjugal também é um obstáculo, em muitos casos os familiares se privam de obter informações e preferem criticar do que ajudar. Contudo, não se pode generalizar, pois há famílias que apoiam e ajudam o soropositivo em seu tratamento.

Existem muitas informações falsas que discriminam os portadores do HIV, como por exemplo, encostar em uma pessoa soropositiva; respirar o mesmo ar ou beber no mesmo copo causam contaminação. Isso é um grande erro que se dever ser interrompido, jamais em hipótese alguma se deve agir preconceituosamente com qualquer tipo de pessoa, seja ela portadora do vírus HIV, homossexual, negra, deficiente físico ou depressiva.

As pessoas que vivem com HIV ou com AIDS podem usufruir todos os seus direitos, incluindo o direito à educação, trabalho, acesso à saúde e direitos sexuais e reprodutivos.

HIV no Mercado de Trabalho

O preconceito acontece muito no local de trabalho, por isso é sempre bom fazer campanhas de conscientização e palestras informativas para mostrar que não é porque você trabalha com uma pessoa soropositiva que vai ser contaminado.

Lembrando que o portador pode ter uma vida normal, trabalhar e ter uma família como qualquer outra pessoa. E por lei desde 1989, tem o direito de não revelar seu vírus para ninguém.










Trabalho por: Aleana Lara, Dora Christina, Isabele Vianna e Marcelly Fernandes.
Turma 2019-3 ADM



Bibliografia:

https://www.significadosbr.com.br/hiv
http://giv.org.br/HIV-e-AIDS/Como-Evitar-o-V%C3%ADrus-HIV/index.html
https://www.tuasaude.com/tratamento-da-aids/
http://saberviver.org.br/publicacoes/como-o-virus-age-no-organismo-e-como-os-remedios-atuam/
http://www.oieduca.com.br/artigos/convivendo-com-a-diferenca/soropositivos-e-o-mercado-e-trabalho.html
http://www.oieduca.com.br/artigos/convivendo-com-a-diferenca/soropositivos-e-o-mercado-e-trabalho.html